domingo, 13 de fevereiro de 2011

teaser Capítulo VIII - A Recepção


            Nem soube bem distinguir a forma da gigante cama quando abri os olhos… tudo o que soube fazer fora simplesmente ficar ali, esticada na cama à espera que a visão se adaptasse àquele luz-fusco. Estava sozinha, era tudo o que martelava na minha cabeça e não fugia da verdade. Já não via Lewis há quase dois dias. Yuuki e Kanon faziam de tudo para me manter longe dele enquanto o seu tio Bruno “Johnny Depp” o empatava no escritório.
            Ouvi o barulho que Kanon já me tinha falado como sendo o barulho da quatro e quarenta da manhã. Basicamente este barulho resume-se ao cão delas que se levanta e começa a puxar a corrente que o prende à casota, mas sem o soltar. Segundo ela, este barulho dura cerca de dez minutos, mas para mim foram como segundos, pois no fundo do corredor começaram a soar passos. Estes eram lentos, no entanto eram-me familiarmente leves. Algo me dizia assustada que se dirigiam para o quarto onde estava, mas queria seriamente acreditar que eram furto da minha imaginação ou algo assim.
            No entanto nada disso se confirmou.
            - Eu sei que estás acordada, Cassie. – Sussurrou de repente uma voz vinda da porta. Fiz de conta de que estava a dormir, mas isso apenas ajudou para que sentisse de repente alguém junto a mim, mesmo ao lado da cama. Se há alturas em que temos apenas um segundo para sentir o coração dar um pulo desalmado com um toque, acreditem que foi o que se passou comigo: só o facto de sentir um cheiro acompanhado de um único som de um angustiante e arrastado passo foi um pouco despertador, mas sentir uma mão fria como um bloco de gelo acabado de chegar do Pólo Sul, isso sim foi quase o suficiente para o meu coração ficar descompassado.
            -Tem calma. Vim apenas certificar-me de que estás bem. Sabes quem sou, não sabes? – perguntou a voz baixinho, num tom de novo familiarmente ternurento. Sabia que só Lewis me falava assim, no entanto sentia um bloqueio sempre que tentava ouvir a sua mente.
            Será que posso me sentir bem com tanta suspeita a teimar em atormentar-me? A voz era definitivamente dele, a ternura também, mas quem me garante que posso confiar nele? Ou nas irmãs lollitas ou ainda mesmo no extravagante tio?
            Depois do incidente do campo, tudo se torna facilmente num motivo para começar a duvidar…